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Novos navios elétricos da Transtejo começam a circular entre Seixal e Cais do Sodré

A ligação tem sido adiada devido a vários problemas. Os barcos ainda estão em modo de viagens experimentais.
O Cegonha-Branca foi o primeiro a chegar.

Os novos navios elétricos da Transtejo Soflusa (TTSL), que deviam ter entrado em funcionamento durante o mês de setembro, entre o Seixal e o Cais do Sodré, vão começar a navegar o Tejo. A partir desta segunda-feira, 10 de março, há três barcos a fazer esta travessia, confirmou a presidente da empresa.

Ainda em modo de viagens experimentais, porque estamos ainda em fase de testes, sempre com um navio a diesel disponível caso haja alguma situação, algum imponderável”, acrescentou a responsável, Alexandra Ferreira de Carvalho, citada pela SIC. 

Na origem do atraso tem estado a demora nos trabalhos de instalação do posto de carregamento no Terminal Fuvial do Seixal. Como o “projeto tecnológico totalmente inovador e pioneiro está sujeito a licenciamentos por várias entidades”, os trabalhos mostraram-se mais morosos do que o inicialmente previsto.

A presidente acrescenta ainda que a ligação do Seixal tem sido penalizada face ao Montijo. “Queremos definitivamente acabar com isso. Tem sido muito penalizador”, sublinha, acrescentando que, se “tudo correr bem” durante a semana, os navios elétricos estão prontos para melhorar o serviço.

O projeto, explica a empresa, “constitui um assinalável contributo para a promoção da mobilidade sustentável, totalmente alinhado com a política de descarbonização da economia e redução do impacto ambiental da operação e serviço público de transporte.”

Um rio de problemas

O primeiro navio elétrico da Transtejo chegou a Lisboa em março de 2023, acompanhado de polémica. Além de atrasado, o primeiro elemento da frota veio com danos no casco e teve de ser reparado. Segundo fonte oficial da TTSL, os danos sofridos terão ocorrido durante a viagem, devido às más condições de transporte.

Sem especificar a gravidade dos estragos, a Transtejo adiantou logo que a responsabilidade de avaliação de danos e da sua reparação pertence aos Astilleros Gondán, o fabricante espanhol que fretou o transporte. Batizado de Cegonha-Branca, em homenagem à ave autóctone característica do estuário do Tejo, a embarcação abriu espaço para os restantes nove barcos, alguns por ainda entregar.

As controvérsias não ficam por aqui. Outro tema que gerou debate foi a aquisição de nove baterias, no valor de 15,5 milhões de euros, um contrato adicional ao que já tinha sido assinado pelo Tribunal de Contas (TdC), correspondente a 52,4 milhões. No entanto, só um deles é que tinha a bateria para a realização de testes. O tribunal acabou por chumbar a sua compra a 19 de março.

Inicialmente, estava previsto um investimento global de 57 milhões de euros e gastos de aproximadamente 33 milhões de euros na manutenção. Os números correspondiam a um período entre 2020 e 2035. Com a alteração dos valores, o Plano de Renovação da Frota da Transtejo atinge um máximo de 70 milhões de euros de investimento nos navios e aproximadamente 29 milhões de euros para a manutenção até 2036.

A Transtejo é a linha que assegura as ligações fluviais entre Lisboa e o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão. Com a previsão de que o primeiro navio será entregue este ano, as operações passam por Cacilhas, Montijo, Seixal e distrito de Setúbal.

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