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IRA resgata 3 cães no Seixal rodeados de lixo, urina e parasitas. Dona foi internada

O grupo de defesa animal ficou responsável pelos patudos, que já parecem outros depois de tomarem banho e serem tosquiados.
O alívio após a tosquia.

Os casos de maus-tratos a animais de companhia sucedem-se diariamente no nosso país. Abandonados ou sem alimentação e cuidados, acorrentados ou a viverem em espaços insalubres, muitos pets tentam sobreviver em condições completamente indignas. Por vezes, a saúde mental dos donos está de tal forma deteriorada que não lhes permite verem o que está a acontecer. Foi o que sucedeu com três cães que o grupo Intervenção e Resgate Animal (IRA) resgatou no Seixal, distrito de Setúbal.

Já a semana ia a meio quando o IRA deu conta, nas suas redes sociais, deste caso complexo. “É um misto de emoções. Por um lado, três cães que sobrevivem nestas condições, sujeitos à vontade dos seus dois detentores que claramente sofrem de perturbações mentais. Rodeados de lixo, dejetos, urina e parasitas. Por outro, também vivem aqui duas pessoas”, começou por partilhar o grupo no Instagram.

“Esta situação foi-nos reportada pelas duas assistentes sociais que acompanhavam o caso. Uma clara situação de problemas cognitivos com acumulação de lixo – Síndrome de Diógenes. A habitação já sofreu um incêndio no passado, colocando em risco não só a integridade dos restantes moradores, como também a saúde pública. Infelizmente existem dezenas e dezenas de casos como este, escondidos entre quatro paredes”, sublinhou o IRA na legenda do vídeo que acompanhava a publicação, adiantando que iria ficar-se no bem-estar dos três animais, atendendo a que os seus donos já estavam a ser acompanhadas pelo departamento de ação social.

Observando o vídeo, é difícil acreditar que alguém possa viver assim. Mas é. E quando estes casos são descobertos, há que agir de imediato. Algumas horas após a primeira publicação, o IRA dava conta da evolução da situação. “A detentora foi internada na psiquiatria. A PSP foi solicitada ao local para decretar a apreensão dos animais, salvaguardando assim o seu bem-estar. Apesar da insalubridade do espaço e dos problemas dermatológicos dos animais, possivelmente devido ao permanente contacto com fezes e urina, estão bem nutridos”, referiu o grupo de deteção, planeamento, resgate, reabilitação, adoção e intervenção em cenários de emergência.

IRA tem os cães ao seu cuidado

“São três patudos, dois deles já seniores. Vão agora ser vistos pela nossa equipa veterinária e posteriormente tosquiados para darmos início aos tratamentos necessários. a próxima semana vamos voltar a contactar os detentores para percebermos a recetividade à total limpeza e desinfestação desta casa. É indigno que pessoas com problemas mentais vivam assim, à sua sorte. Caso aceitem, iremos recrutar aqui vários pares de mãos para uma operação inferior a 24horas”, anunciou o IRA.

Dois dias depois, já na sexta-feira, 27 de outubro, o IRA publicou um novo post que deixou os seus seguidores felizes e aliviados. “Os meninos resgatados da casa insalubre, cuja detentora foi internada compulsivamente, já foram tosquiados, avaliados clinicamente e alojados temporariamente em famílias. Obrigado a todos os que se chegam à frente quando mais precisamos. Continuamos juntos”, escreveu a organização de proteção animal.

Nas fotos da mais recente publicação, os três cães nem parecem os mesmos. A vida no meio do lixo ficou para trás. Agora há que esperar pela evolução dos seus tutores para perceber se terão condições para os receber de volta. Percorra a galeria para ver o antes e o depois dos patudos.

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