A Agência Europeia do Medicamento (EMA) confirmou que, embora raros, os coágulos podem ser considerados “possíveis efeitos secundários da vacina da AstraZeneca”. Esta quinta-feira, 8 de abril, o Infarmed emitiu uma nota informativa sobre a matéria, onde adianta os sintomas que as pessoas devem ter em conta.
Antes de mais, o próprio Infarmed desta que os riscos de coágulos são muito baixos. “Foi efetuada a revisão detalhada de 62 casos de trombose dos seios venosos cerebrais e 24 casos de trombose venosa esplâncnica, 18 dos quais fatais”. São casos que aconteceram na Europa e Reino Unido e notificados até 22 de março de 2021. “Até esta data”, destaca o Infarmed, já “tinham sido vacinadas cerca de 25 milhões de pessoas”.
No entanto, “existe uma possível ligação entre a administração da vacina e a ocorrência de coágulos sanguíneos invulgares combinado com nível baixo de plaquetas”. Vale por isso a pena saber quais são os sintomas que pessoas vacinadas com a AstraZeneca devem ter em conta. Até porque não devem ser desvalorizados.
“Embora a possibilidade de aparecimento destes tipos de coágulos seja muito baixa, as pessoas vacinadas devem procurar imediatamente assistência médica, caso detetem, principalmente nas duas semanas após a inoculação da vacina, algum dos seguintes sintomas”, destaca o Infarmed.
Sintomas a ter em conta:
— Falta de ar
— Dor no peito
— Inchaço nas pernas
— Dor abdominal persistente
— Sintomas neurológicos, como dores de cabeça intensas e persistentes ou visão turva
— Pequenas manchas de sangue sob a pele, em locais distintos do local da injeção
Saliente-se que as dezenas de casos, entre milhões de vacinados, “ocorreram principalmente em mulheres com menos de 60 anos, nas duas semanas seguintes à vacinação, não sendo possível, até ao momento, a definição de fatores de risco específicos”, destaca-se ainda.
As conclusões do comité de risco do Infarmed pormenoriza que os casos notificados “ocorreram em veias do cérebro (trombose dos seios venosos cerebrais, CVST), do abdómen (trombose venosa esplâncnica) e trombose arterial, acompanhados por níveis baixos de plaquetas, alguns deles com hemorragia”.
Uma explicação plausível para o aparecimento destas reações adversas é uma resposta imunológica similar à ocasionalmente observada em doentes tratados com heparina. Foi recomendada a inclusão deste “efeito indesejável” no resumo das características do medicamento e folheto informativo da vacina.
O Infarmed adianta ainda qiue os profissionais de saúde que têm estado envolvidos no processo de vacinação contra a Covid-19 vão receber uma comunicação direta sobre os sintomas que vacinados devem ter em conta. Mas fecha a nota com uma certeza.
“Perante elevado risco de hospitalização e morte associado à doença Covid-19 e atendendo à raridade da ocorrência dos eventos adversos identificados, a EMA considera que neste contexto os benefícios da vacina continuam a superar os riscos”, finaliza.