“Va…lete”, “Va…lete”, foram estas as primeiras palavras do concerto do rapper português perante um espaço lotado. E nem era preciso pedir para repetir o nome porque os fãs estiveram ao rubro, com as músicas e os versos na ponta da língua.
O “único rapper homeopata”, como gosta de se autoproclamar, começou o concerto dez minutos mais tarde, ou seja, 17h10 deste sábado, 7 de setembro, no Palco 25 de Abril da Festa do Avante!. Mas uma coisa é essa: os curtos minutos de espera valeram a pena.
Quando Valete surgiu de bandana preta e colete florescente laranja, já se contavam milhares em frente ao palco que, desta vez, não tinha as típicas cadeiras de plástico. Porém, é claro que isso não impediu ninguém de se sentar no local, estender a toalha e ouvir todas a músicas com atenção.
A performance começou com a música “Colete Amarelo”, seguindo-se os temas do repertório clássico da cantor, como a “Qual é a tua S.I.G.L.A?” e algumas novidades do mais recente EP, “Aperitivo”. O espetáculo ganhou cada vez mais força e apoiantes, de tal forma que, perto do fim, as pessoas chegavam quase aos espaços gastronómicos dos distritos de Coimbra e Vila Nova de Gaia. Foi mais de uma hora intensa e com o recinto do Palco 25 de abril completamente lotado.
Rapper militante do PCP e contador de histórias, Valete é um dos grandes contribuidores para a difusão do repertório de músicas lusófonas, somando 20 anos de uma carreira preenchida por êxitos, irreverências e audácias.
Valete, 42 anos, começou a participar ativamente no movimento de hip-hop em Portugal, em 1997. Desde aí, editou os icónicos álbuns “Educação Visual”, em 2002, e “Serviço Público”, em 2006, que causaram furor e agitação no estilo musical.
Agora, regressou aos grandes palcos acompanhado por um novo projeto, que engloba novas influências de rap numa transformação para uma nova musicalidade do artista. “Aperitivo” é o nome de um EP que marca a grande viragem de Valete.