As lendas e pequenas histórias foram as primeiras formas de transmitir conhecimento às novas gerações. Porém, tinham sempre uma falha. Como diz o ditado, quem conta um conto acrescenta um ponto. Depois disso, vieram os livros com afirmações que não podiam ser alteradas, assumindo-se como um ponto de referência do conhecimento. A partir deste ponto, começaram a desenvolver-se alguns registos históricos.
Estes documentos não só servem para nos lembrarmos das nossas falhas, ajudando-nos a não cometermos os mesmos erros, mas também têm o propósito de guardar memórias. É exatamente esse o trabalho que se pretende fazer no novo Espaço Memória do Seixal – Centro de Arquivo, Documentação e Audiovisual da CGTP-IN, inaugurado no próximo dia 1 de outubro, terça-feira.
A cerimónia começa pelas 15 horas, na antiga fábrica da Mundet, no dia em que se assinalam os 54 anos da CGTP-IN. Este espaço resultou de um contrato de comodato entre a Câmara Municipal do Seixal e a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN) e irá reunir o património documental e museológico da CGTP-lN e promover iniciativas que fomentem o estudo, investigação, aprofundamento do conhecimento e a reflexão em torno da história do movimento operário e sindical.
O Espaço Memória funcionará, também, como um equipamento multifuncional, com áreas destinadas a exposições permanentes e temporárias, conferências e outras iniciativas, bem como a realização de eventos de natureza sindical e cultural, entre outros. A antiga fábrica de cortiça Mundet tem uma forte ligação às raízes sociais e históricas do mundo do trabalho do Seixal, através da atividade e intervenção do movimento operário ligado à indústria corticeira, pelos Sindicatos da Indústria Corticeira da CGTP-IN.
Por isso, a primeira exposição do Espaço Memória chama-se “Seixal: Trabalho, Luta e Liberdade”. A mostra pretende homenagear os homens e mulheres do concelho que trabalharam na agricultura, na indústria naval e pesca, além das diversas indústrias, que mais tarde aqui se instalaram, bem como as suas reivindicações e mobilizações. O evento irá contar com um momento musical com Luísa Amaro (guitarra) e Gonçalo Lopes (clarinete), numa homenagem a Carlos Paredes.
