Arte, escrita, cultura e saberes: não existe melhor forma para descrever o conceito da Galeriana. A loja nasceu em 2021 pelas mãos de Ana de Morais, com o intuito de divulgar os trabalhos de estofagem e restauro do marido. Nos primeiros dois anos de funcionamento, manteve essa missão e, apesar de já vender algumas peças e artesanato, estava longe de ser o projeto artístico tal como o conhecemos hoje.
Tudo mudou há cerca de um ano, mais precisamente no dia 17 de novembro de 2023, quando um artista francês, que vinha passar férias a Portugal, decidiu realizar uma exposição e deixar os seus quadros à venda na Galeriana. Para este grande evento, Ana decorou a loja e, ainda que as vendas não tenham sido as esperadas, foi um momento que ficou “na memória de quem lá passou”. Este acontecimento abriu os horizontes da proprietária e fez com que abraçasse uma nova identidade para a loja seixalense. Aos 62 anos, Ana de Morais encara o local como uma verdadeira galeria e um espaço cultural impulsionador de novos talentos.
“Sempre adorei arte e sou uma visitante recorrente de galerias. Desde pequena que gosto de desenhar e pintar e, apesar de nunca ter sido artista, acabei por me cruzar com vários, por acasos da vida. Este novo conceito nasce pouco a pouco, partindo desta ideia de explorar e dar a conhecer a arte, especialmente de artistas locais que se preocupem com a sustentabilidade”, revela à New in Seixal.
Bela Mestre, Carlos Pé-Leve e Hugo Castanheira foram alguns dos artistas que já deixaram obras para exposição e venda neste spot. Porém, o novo conceito vai para além disso, a ideia passa por, primeiro, trazer a temática à loja e, segundo, adicionar outros aspetos culturais para complementar a exposição. Seja com passagens de modelos, arte, colóquios, manequins alusivos e até tertúlias, tudo é possível graças à imaginação de Ana.
“Já recebemos aqui um evento com o António Gomes Anacleto, onde decidi convidar um músico que canta os textos de Fernando Pessoa. Fiz dois manequins, um da Ofélia e outro do próprio Fernando Pessoa, o que tornou esse momento muito especial e diferente. A partir daqui, surgiram novas propostas e a Galeriana sempre se ajustou aos projetos. A última mostra que recebemos foi da São Matthias Nunes, sobre África, onde o músico moçambicano Joel Vidigal veio cá cantar”, revela.
A realização destas iniciativas só foi possível devido ao alargamento da galeria. No dia 19 de abril de 2024, a Galeriana triplicou de tamanho e, agora, está com uma decoração natalícia. Quem passar por lá, vai descobrir os quadros de Carlos Pé-Leve alusivos à época, anjos, presépios e outras peças temáticas. Além disso, pode encontrar uma vasta gama decorativa, com artigos de porcelana portuguesa contemporânea e vintage, entre os 5€ e os 270€.
Em janeiro, a loja vai voltar a mudar de ambiente, com um evento de retalhos de tecidos e workshops sobre os mesmos. A partir de março, Joel Lira, escritor do Seixal, irá fazer uma tertúlia mensal neste espaço. “Todos os artistas são bem-vindos, quem quiser expor a sua arte na Galeriana é completamente livre de o fazer, queremos dar voz à arte e, por isso, convidamos os artistas emergentes do Seixal a virem até cá, com as suas obras, dar a conhecer os seus trabalhos e a mostrar os seus talentos.
A loja funciona de segunda a sexta-feira, das 14 às 18 horas e sábado, das 10 às 13 horas. Se quiser conhecer melhor as peças, pode consultar a página de Instagram.
Carregue na galeria e saiba o que vai estar patente, até ao final deste ano, na Galeriana.
