Há muito tempo que o Cinema São Vicente, na Aldeia de Paio Pires, não cumpria com o seu próprio nome. A projeção não funcionava e o espaço era apenas utilizado pela companhia seixalense Animateatro, que costumava apresentar, por lá, as suas encenações viradas para o público juvenil. Além disso, em dezembro de 2023, o teto falso desabou, o que deixou o equipamento cultural completamente parado no tempo.
Felizmente, a Câmara Municipal do Seixal, depois de se ter candidatado a um apoio cultural do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), voltou a dar vida ao Cinema São Vicente no dia 5 de dezembro de 2024. “O nosso querido Cinema São Vicente vai retomar a programação em janeiro de 2025. A partir desta data, o público vai poder assistir novamente a sessões de cinema, fruto da instalação de equipamentos de projeção digital”, diz Liliana Cunha, vereadora com o pelouro da Cultura da Câmara Municipal do Seixal.
Para que tudo ficasse a 100 por cento, a autarquia teve de realizar um investimento de 30 mil euros, que, além de cobrir o arranjo do teto falso, serviu para a reposição dos sistemas de som e luz, o que dá abertura para a realização regular de espetáculos, colóquios, conferências e outros tipos de encontros e atividades.
“Tivemos de fazer um arranjo na cobertura do cinema e, claro, executar o arranjo do teto falso. Este é um equipamento de excelência que volta a poder retomar a sua programação, sem dúvida vem diversificar a oferta cultural do nosso concelho e irá apresentar-se como uma das principais salas de espetáculo do Seixal”, acrescenta.
Mesmo não existindo a programação cinematográfica, a New in Seixal conseguiu saber quais são os espetáculos da Animateatro para o início do próximo ano, incluindo as peças infantis que serão feitas no Cinema São Vicente. A primeira encenação será no dia 19 de dezembro, domingo, às 11 horas, e vai ser apresentada pela companhia lisboeta Corpo Sonoro.
“Ópera Buzz” é o nome do teatro-ópera, que será apresentado na estreia do renovado Cinema São Vicente. Este momento, dedicado a miúdos com mais de seis anos, tem uma duração de 50 minutos e pretende demonstrar, a partir de canções, a importância do direito à habitação e a procura por uma sociedade mais justa e equilibrada.
O segundo projeto chega dia 26 de janeiro, também às 11 horas, com o nome “A Metade que Falta”. Um espetáculo-oficina que vai levar miúdos com mais três anos a darem importância ao que as completa. Não estamos a falar de pessoas, mas sim os pequenos objetos, hábitos, que acabamos por largar com o tempo, sem saber realmente a falta que nos fazem. Esta é uma produção da companhia de Setúbal Casa da Avenida, que dura 40 minutos. Pelo estilo de interação com os miúdos, estará limitada a 30 lugares.
Os bilhetes custam 5€ por pessoa. Cada miúdo deverá ser acompanhado por um adulto, que também terá de pagar um bilhete do mesmo valor.
Já que estamos a falar de cultura, carregue na galeria para conhecer algumas das séries e temporadas que estreiam em dezembro nas plataformas e nos canais de televisão.