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Alerta, fãs de músculos sexy: já podem ver “Magic Mike — A Última Dança” na televisão

O derradeiro filme da saga com Channing Tatum tem muito movimento, óleo e sensualidade. Chega à HBO Max esta sexta-feira.
It’s gettin’ hot in here

Passou pelos cinemas nacionais a 9 de fevereiro e para quem não teve oportunidade para ir ver as danças sensuais de Channing Tatum, pode agora pode fazê-lo sentado no sofá lá de cada. “Magic Mike – A Última Dança” estreia esta sexta-feira, 2 de junho, na HBO Max.

Trata-se do derradeiro filme da trilogia que estreou em 2012 e que se tornou numa saga de enorme sucesso. Mike voltou aos palcos depois de um negócio que correu mal e o deixou falido. Pelo meio, terá de ir a Londres com uma socialite abastada que o atrai com uma oferta que, simplesmente, não pode recusar. Channing Tatum volta ao papel de protagonista, agora acompanhado por Salma Hayek.

O filme é a sequela do enorme êxito que foi “Magic Mike XXL”, lançado em 2015, sempre com Channing Tatum rodeado de nomes como Matt Bomer ou Joe Manganiello, que ousaram despir-se de quase tudo para os papéis. Porém, tudo começou em 2012, graças a uma produção com orçamento modesto.

“Magic Mike” precisou apenas de 6,5 milhões de euros para arrecadar, globalmente, uma gigantesca soma de 155 milhões. Um sucesso que deu origem a uma trilogia e até a um espetáculo em Las Vegas, o “Magic Mike Live”.

A história arranca com foco em Mike, um stripper que convence um jovem a seguir-lhe os passos, antes de o ver ser consumido por aquele mundo de excessos. Mike acaba por deixar a profissão. Entre voltas e reviravoltas, chegamos ao filme final, que encontra Mike noutra profissão, acabado de perder o seu negócio imobiliário. Já nos 40 e longe da vitalidade da juventude, trabalha em Miami como barman.

Realizado por Steven Soderbergh, marca o final da saga que conta com um elenco com nomes como Salma Hayek, Daniel Llaca, Alea Figueroa, Ayub Khan-Din ou Christopher Bencomo. Mas esta história que Channing Tatum tem alimentado há quase uma década, apesar de ficção, inspira-se em experiências reais do ator.

Tatum, de stripper a estrela de Hollywood

Nascido em 1980 e criado nos estados norte-americanos do Alabama e Mississipi, no seio de uma família modesta, Channing Tatum sempre se destacou nos desportos e chegou a ganhar uma bolsa universitária para jogar futebol americano — mas as coisas acabaram por não correr bem e teve de desistir. Regressou a casa e começou a fazer vários biscates.

Eventualmente, ouviu um anúncio na rádio, para uma empresa que procurava homens que soubessem dançar. Tatum encarou aquilo como algo que poderia ser divertido. Tinha 18 anos, um corpo atlético e queria fazer algum dinheiro. Respondeu ao anúncio e começou a trabalhar como stripper — fez lapdances e espetáculos em que tirava as roupas para plateias de mulheres durante oito meses.

Channing Tatum dava pelo nome de Chan Crawford. Ao contrário do que os fãs de “Magic Mike” possam pensar, o glamour que se vê nos filmes não tem nada de real. O ator já frisou isso em diversas entrevistas, sublinhando que, na verdade, era “apenas nojento”. “Era jovem e burro e estúpido e só queria fazer algum dinheiro”, disse à revista “The Hollywood Reporter”.

Certo dia participou numa convenção de strippers. “Não faço ideia porque é que se chama àquilo convenção. Não era sobre tecnologia de strippers nem nada disso. Era só um grande espetáculo com 50 ou 70 strippers para duas ou três mil mulheres. Foi insano. Atacavam-me todas as noites.”

Um dos momentos mais estranhos por que passou foi quando uma cliente lhe disse que ele lhe fazia lembrar o seu sobrinho. “A senhora disse: ‘Oh meu Deus! Olha para ti! Fazes-me lembrar o meu sobrinho!’ Aquilo bateu-me como se fosse uma granada. Ela estava a agarrar o meu rabo e a dizer que lhe fazia lembrar o sobrinho.”

Durante aqueles oito meses, em que Channing Tatum fazia cerca de 600 dólares por semana por algumas horas de trabalho — o que era bastante dinheiro para si, na altura —, o futuro ator resolveu nunca contar à família. O seu pai só descobriu em 2010, mais de 10 anos depois, quando Tatum tocou no assunto numa entrevista no programa de Ellen DeGeneres.

“Estávamos a caminhar juntos e o meu pai disse: ‘Porquê? Tu não precisavas do dinheiro. Sempre assegurámos as coisas’. Isso partiu-me o coração”, disse noutra entrevista. “Disse-lhe que aquilo não tinha nada a ver com ele. Foi o meu caminho. Foi o caminho que tive de fazer.”

Eventualmente, Channing Tatum conseguiu arranjar trabalhos como modelo, até se tornar um ator. Deixou os trabalhos como stripper e todo esse mundo para trás. Até surgir a ideia de fazer um filme inspirado nas suas experiências.

“Sempre pensei em fazer uma história sobre aquela vida porque sempre que o assunto surgia, o pessoal queria sempre saber coisas. ‘Como começaste? Como era? Quanto dinheiro fazias?’. Depois lemos um artigo sobre mim numa revista, e alguém tinha perguntado ao Steven Soderbergh se ele ponderaria realizar um filme sobre isto. E ele disse: ‘Absolutamente’. Li aquilo e fiquei do género ‘OK, ele quase se comprometeu, agora posso perguntar-lhe, a sério, se o faria’. Liguei-lhe, e ele disse que sim, que falava a sério”, disse Channing Tatum à “Flicks and Bits”.

Ao longo dos anos, Tatum não se mostrou orgulhoso do seu passado enquanto stripper — até porque não se sentia propriamente bem a fazer aquele tipo de trabalho. Começou a beber mais e a consumir drogas esporadicamente, já que muitos dos espetáculos se transformavam em festas épicas que se prolongavam pela noite fora. Mas também não teve problemas a falar sobre aquele trabalho. Quanto a “Magic Mike”, sempre sublinhou que as personagens e narrativas são fictícias — embora o ambiente seja inspirado na realidade.

“O que eu queria captar era aquela energia e ambiente, e aquela sensação de quando estás numa altura da vida em que estás a experimentar coisas, e estás disposto a tudo. Podes ter um plano, mas, por agora, é sobre o próximo cheque, a próxima festa, e simplesmente passar um bom bocado. Nenhuma das personagens é baseada em pessoas reais, nem mesmo a minha. Tudo o que acontece é fictício, e fizemos isso de forma intencional porque queríamos ter a liberdade para criar as nossas próprias situações e contar a melhor história.”

Contudo, o sucesso da saga gerou as críticas de Michael Sorrentino, alegadamente um mentor de Channing Tatum na área do striptease, que se chamava a si próprio “Magic Mike” e que, segundo o próprio, terá sido a grande fonte de inspiração para os filmes.

“Sou o verdadeiro Magic Mike. Foi o meu nome de palco durante oito anos. É uma parte da minha vida que nunca vou esquecer”, disse Sorrentino, citado pelo jornal “Mirror”. “Só queria ter os devidos créditos porque este filme foi baseado numa parte da minha vida”, alegou. “Acolhi-o e ajudei-o, como um bom amigo, e agora sou deixado para trás.”

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