Mais do que imagens bonitas, novos restaurantes ou eventos culturais, não há nada que represente melhor uma terra do que um doce tradicional. No caso do Seixal, o pastel da fidalga é um belíssimo postal da cidade. Agora, no dia 31 de maio, voltou a ser medalha de ouro nos Concursos Nacionais de Produtos Tradicionais Portugueses.
Este doce nasceu em 2018 confecionado pela chef Dina Oliveira, responsável de espaços com o 100 Peneiras ou Acqua Seixal, e é baseado numa história da Quinta da Fidalga, que era conhecida antigamente como Quinta do Vale do Grou. A fidalga chamava-se D. Maria Bernardina Sousa e, ao estilo da princesa Rapunzel, foi enclausurada pela sua família, que não queria que ela namorasse com Bento Oliveira, um liberal boémio e ainda por cima terceiro filho sem direito a herança.
Impedida de estar com o seu grande amor, a fidalga vivia triste e sem esperança até ao dia em que a cozinheira da quinta fez um doce à base de ovos, amêndoas e açúcar: o pastel da fidalga. A jovem adorou a iguaria e ficou tão feliz que acabou por lutar pela sua paixão, com quem casou em 1867.
Inspirada nesta história, a chef Dina Oliveira, Luís Oliveira e toda a equipa do restaurante decidiram criar uma receita de um pastel conventual 100 por cento original — e foi assim que em 2018 nasceu o pastel da fidalga.
“É um doce inspirado na doçaria rica com um ponto de açúcar, amêndoa e as gemas a finalizar. Apresenta uma textura crocante na massa exterior e um sabor intenso e cremoso no recheio”, referiram os responsáveis do concurso. Pode prová-lo tanto no Acqua Seixal como no 100 Peneiras.
Além disso, o Violino do Seixal, que é outro dos doces inventados neste espaço, e é basicamente uma bolacha que funciona como doce seco. “A sua textura é crocante e o seu amora e sabor equilibrados”. Este doce é inspirado em Albano Pereira, um dos cinco violinos do Sporting, e que é natural do Seixal.
