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Fomos experimentar o novo restaurante de sushi do Seixal — e contamos-lhe a experiência

Todos os produtos do Dekiru, aberto desde 24 de dezembro, são feitos de forma artesanal, incluindo o molho agridoce e o teriyaki.
A sugestão do chef para duas pessoas.

Pablo Sousa e Maria Bonelli conheceram-se em junho de 2019, no Brasil. Ele, um militar da base aérea de Flor Nova, já ela trabalhava como designer. Apaixonaram e não demorou um mês para Pablo fazer a proposta mais louca da sua vida: mudarem de país e de vida, juntos.

“Namorávamos há apenas duas semanas. O Pablo vinha para Portugal, mas ainda não me tinha dito. Quando me falou do plano de se tornar um sushi man na Europa, convidou-me para acompanhá-lo. Foi uma aventura muito grande, mas passados seis anos continuamos juntos”, começa por contar Maria, de 30 anos, à New in Seixal.

A decisão revelou ser a mais acertada e prova disso é que, no final de 2024, o casal abriu um restaurante de sushi na zona de Cruz de Pau. Foi no dia 24 de dezembro, em plena véspera de Natal, que o Dekiru foi inaugurado. Era um espaço pensado para ter apenas take-away, mas como os clientes queriam um lugar para consumir na hora, Pablo e Maria decidiram fazer remodelações e colocar algumas mesas.

“Já temos o equipamento de cozinha e de sushi há quatro anos. Não abrimos mais cedo porque tivemos muita dificuldade em encontrar um espaço para alugar, devido à crise imobiliária. Ou pediam muito dinheiro ou eram locais que não correspondiam às nossas expectativas”, conta Pablo, de 29 anos.

Para fazer face a este problema e arranjar uma forma de sustento, Pablo foi trabalhar para Sicília, em Itália, em 2023, também na área do sushi. No final de 2024, conseguiram finalmente o espaço para restaurante e um apartamento para os dois. Assim, regressaram ao Seixal.

“No Brasil, eu era soldado na base aeronáutica, mas no tempo que tinha livre ia trabalhar para um restaurante de sushi como empregado de mesa. Como o restaurante nos oferecia a alimentação, eu perguntei se podia fazer o meu próprio prato e começar a aprender a fazer sushi. O primeiro que fiz foi um temaki com polvo, manga e queijo Philadelphia. No fundo, foi assim que aprendi, nunca tive formações, foi sempre o meu gosto pessoal pela comida que guiou o meu caminho”, revela.

Quando chegou a Portugal começou por ser sushi man em Sesimbra e diz que trabalhava ao almoço, fazia surf na pausa e volta a meter mãos à obra ao jantar, era isso que o fazia “feliz”. Também trabalhou nove meses no Takeshi, em Cabanas, no concelho de Palmela. No novo restaurante, o casal quer criar uma cozinha especializada em sushi de fusão.

A nossa experiência

Ficámos curiosos, por isso decidimos visitar Dekiru para provar as propostas. O menu não desiludiu, mas, na verdade, também não nos fascinou por completo. Consideramos que é um espaço com pontos positivos, mas que ainda tem algumas melhorias a fazer.

Nas entradas foi servido o takoyaki (6€), composto por quatro croquetes de polvo, enfeitados com peixe desidratado. Estavam suculentos, com uma boa textura e sabor, sendo que o peixe desidratado fez muita diferença no resultado final, nota positiva.

De seguida, veio a tempura de camarão (6€), com um aspecto muito instagramável. Uma textura ótima, das melhores que já provámos neste tipo de petisco, estava super crocante por fora, mas cheia de sabor por dentro.

Por outro lado, não ficámos muito fãs do carpaccio suzukuri (10€), apesar do chef Pablo considerar um dos pratos que mais representa a casa. O sabor e ideia estão lá, a espessura do corte é boa, a marinada foi bem feita, tal como o molho ponzu, porém o salmão vinha com pele, o que para nós não é uma apresentação positiva, sendo que o peixe branco estava pouco maleável e um pouco seco.

Depois provámos uma seleção do chef, composta por várias peças de sushi, desde hot rolls a futomakis. O arroz estava bom e provámos peças muito originais como um uramaki com arroz de beterraba, que estava excelente, com um travo doce, que fazia um bom balanço com o peixe. O sashimi era demasiado espesso, sendo que os nigiris estavam numa condição perfeita.

Para finalizar, experimentamos um mochi de coco e ananás (2,50€). Foi quase como beber uma piña colada com textura asiática. Caso visite o espaço, aposte neste sobremesa, não se vai arrepender.

Carregue na galeria para conhecer alguns dos pratos que poderá provar. 

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Rua de Cutame 7A
    2845-068 Amora
  • HORÁRIO
  • Todos os dias, das 11h às 15h e das 19h às 00h
PREÇO MÉDIO
Entre 20€ e 30€
TIPO DE COMIDA
Sushi

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