Se nos atrevermos a dizer que o céu é o limite no que toca a sabores de brigadeiros é possível que não estejamos errados. A verdade é que a versão mais simples e tradicional feita com leite condensado, chocolate em pó e manteiga, é sempre bem-vinda e faz sucesso mas também há muito que já foi ultrapassada.
Aquela pequena bola de chocolate coberta de granulado evoluiu e ganhou milhares de versões um pouco por todo o mundo não só no que toca a sabores mas também a texturas e aspeto. E no Seixal, desde setembro, que há uma marca que nos habituou a esta diversidade deste típico do Brasil: a Flor de Mandacaru.
As propostas deste negócio criado pelos dois apaixonados por culinária Ruth Barros, de 43 anos, e Ricardo Barros, com 46, não têm desiludido. Desde sabores únicos e variados que vão de pastilha elástica a tutti-fruti aos do costume, há muito por onde escolher (e saborear). E, neste mês de dezembro, voltam a reforçar a oferta em grande.
Desta vez, o casal passou algum tempo a estudar sobre quais os sabores que deveriam implementar no menu da Flor de Mandacaru e a verdade é que encontraram os perfeitos. “Vimos que em Portugal ainda não existiam estes sabores, então pensámos: porque não experimentar e ver qual a reação dos nossos clientes?”.
E assim foi. Também porque vinha aí o Natal e por sentirem necessidade de um reforço nas sugestões de doces, Ruth e Ricardo Barros aventuraram-se na cozinha. De lá saíram novos brigadeiros, com sabores de vinho do Porto — sim, leu bem —, bacon, panetone, nesquik de morango, maracujá, banoffe e de três sabores: chocolate de leite, chocolate branco e nesquik de morango.
Estes brigadeiros e outros doces, bolos e até salgados são na sua grande maioria inspirados nas propostas que chegam do Brasil, não fossem os proprietários da Flor de Mandacaru brasileiros. Para experimentar as pequenas iguarias deste projeto seixalense, basta enviar uma mensagem para as redes sociais da página a fazer a encomenda do seu pedido. As entregas são depois asseguradas na região do Seixal e Almada e têm um custo que começa nos 2,50€.
Como nasceu a Flor de Mandacaru?
Apaixonados pela culinária desde que se recordam, Ruth Barros, técnica em administração e Ricardo Barros, técnico de edificações e elétrica, são os responsáveis por este conceito de comida caseira ao domicílio: Flor de Mandacaru.
A viagem deste casal brasileiro começou bem mais cedo ainda quando moravam no Brasil. Nos aniversários de família, os doces, as feijoadas e as coxinhas já faziam parte do menu em todos os eventos familiares. Ou seja, a paixão pela cozinha esteve sempre presente, sendo que Ricardo até teve um bar no Brasil.
“Já estávamos a planear vir para Portugal desde 2016, que foi quando demos entrada no processo de cidadania do meu marido, que saiu em 2017. Ele veio para Portugal para conhecer e gostou. Voltou para o Brasil para começarmos a planear a nossa vinda em 2019”, confessa Ruth à New in Seixal.
Em junho desse ano, Ricardo veio oficialmente morar para Portugal acompanhado pela esposa, mãe e filha no final de 2019. “Viemos para Portugal por causa da dupla cidadania do meu marido e pela língua, que é muito mais fácil para um miúdo aprender”, revela.
No nosso País trabalharam noutra área, diferente da culinária, mas nunca esquecendo este lado. Durante o último ano foram aperfeiçoando a técnica recorrendo a vários cursos na área de doces. Com a pandemia, perceberam que existia um mercado a crescer em Portugal e decidiram apostar com um negócio de entregas de doces ao domicílio.
O nome escolhido — Flor de Mandacaru — pode parecer um pouco estranho para os portugueses, mas tem um motivo. Em homenagem ao sertão nordestino brasileiro, esta é uma flor que simboliza a resistência à seca. “As suas flores anunciam o fim do período de seca e a chegada da chuva. Como imigrante numa terra que não conhecia sabia que tinha que resistir ao período de seca ou seja adaptar-me ao novo”.
Carregue na galeria para conhecer alguns dos novos sabores de brigadeiros deste projeto seixalense.