O verão é feito de pequenos momentos de prazer, que podem acontecer mesmo sem estar de férias. É a altura ideal para fazer um piquenique com os amigos ou simplesmente aproveitar a esplanada de um café conhecido e onde sabe que ficará satisfeito com um pires de caracóis enquanto bebe uma cerveja fresca. Afinal de contas, este é considerado um dos petiscos favoritos dos portugueses.
A história de uma das casas seixalenses mais conhecidas por servir este petisco começou a ser escrita em 1987. Nessa altura, o Rei dos Caracóis nasceu pelas mãos do casal Elizabete Cabrita, 75 anos, e do marido José Inácio Silva, de 77. Tudo começou quando Elizabete estava a fazer petiscos para os amigos e, de repente, se lembrou de cozer uns caracóis. Um ano depois de se mudarem para o Seixal, decidiram abrir “a melhor casa de caracóis” do concelho.
Aos poucos, os filhos do casal pegaram no negócio. Agora, quem está a assumir o legado da família é a neta Soraia Silva. “O meu desejo sempre foi manter este legado familiar vivo”, salienta a jovem de 26 anos. Por isso, depois de trabalhar em vários locais e após uma operação inesperada ao canal cárdico quando tinha apenas 20 anos, levaram-na novamente às origens.
“A minha avó sempre me disse que tinha um espaço para mim. Por isso, quando comecei a fisioterapia e me aconselharam a deixar de trabalhar, comecei gradualmente a voltar ao ativo no restaurante dos meus avós”. Agora, mesmo com uma tendinite no braço e no ombro, deixar de trabalhar nunca esteve nos planos. “Aqui consigo agilizar o meu trabalho e dá-me liberdade que não tenho em qualquer lugar”.
Os caracóis chegaram ao restaurante a 11 de abril, sob a receita e processos originais. “Quando comecei, a minha avó não me deu logo a receita. É de família e acho que a reaproveitou e criou o próprio tempero”. Um pires custa 4€, meia dose são 7€ e uma dose é 12€.
“Um dos segredos é, sem dúvida, a preparação e limpeza dos caracóis que é feita pelo avô e, agora, o meu pai. Os caracóis são esticados no chão e é um processo que demora dias, até termos a certeza que está tudo muito bem limpo”.
Além dos caracóis tradicionais, o espaço é famoso por servir caracoletas grelhadas. Estas são de espécie moura, o que significa que são muito maiores do que as outras. Cada dose custa 17€ e chega numa pequena paelheira preta composta por 18 caracoletas mouras. São acompanhadas por um molho de manteiga, mostarda e temperos que são segredo da casa.
Caso procure refeições, também poderá encontrá-las por aqui. Há atum à Brás (13€), bacalhau à Brás (14€) ou carne alentejana (13€). Nos petiscos pode encontrar pica-pau (13€), picadinho (13€), moelas fritas (13€) tábuas de petiscos e do mar, (17€/19€) lulas à chef (10€) ou choquinhos à chef (10€). Agora também tem duas novas receitas, a salada de polvo (3€/200 gramas) e de ovas (5€/200 gramas). Nas sobremesas, um absoluto bestseller é o petit gâteu caseiro com bola de gelado (3,5€).
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