A Fábrica de Pólvora de Vale de Milhaços é um mundo de surpresas, desde a história que carrega, até às atividades gratuitas que recebe frequentemente. O que não se esperava é que tivesse uma variedade tão grande de cogumelos, sendo que alguns até dão para fazer excelentes cozinhados.
Em primeiro lugar, convém esclarecer os nossos leitores que um cogumelo não é uma planta, pelo que não tem raízes, tronco, ramos, folhas ou flores. É, sim, um fungo. São seres vivos que se alimentam de matéria orgânica e plantas, que se reproduzem, na sua maioria, através de esporos.
Ao todo, no mundo, existem mais de um milhão de espécies de cogumelos no mundo, sendo que na fábrica de pólvora existem mais de duas dezenas de espécies. A maior parte delas não pode ser comida, ou se for, terá de ser com bastante cuidado. Porém, também existem algumas espécies que, além de seguras para consumo, são saborosas. Foi por isso que o chef Jorge Rodrigues decidiu elaborar um risotto, que pode confecionar com este tipo de espécies de cogumelos.
Para começar, aconselhamos a colocar todos os ingredientes que precisa na mesa, como cebola picada, azeite, sal, pimenta, ervas da Provence, vinho branco, água, caldo de carne, queijo parmesão ralado, queijo grana padana e manjericão e, claro, um dos cogumelos comestíveis da fábrica. Tempere e salteie em azeite os cogumelos que colheu, utilize o sal as ervas da Provence e a pimenta.
Em seguida, prepare um tacho e coloque azeite e 50 gramas de cebola por pessoa. Ligue o lume e quando começar a abrandar junte o arroz, mais ou menos 75 gramas por pessoa. Mexa sem deixar fritas, coloque o caldo de carne ao mesmo tempo que junta algum vinho branco.
Este processo leva cerca de 22 minutos a estar concluído, por isso veja as horas e, quando estiver perto de terminar a cozedura, junte os cogumelos à equação de sabores, juntamente com uma colher de queijo parmesão por pessoa. Por cima coloque o queijo grana padana e algumas folhas de manjericão para finalizar o empratamento.
Este trabalho de cozinha e a catalogação dos fungos surgiu de uma parceria entre a Câmara Municipal do Seixal e a EcoFungos — Associação Micológica, que resultou num livro chamado “Cogumelos na Fábrica de Pólvora de Vale de Milhaços. Guia de Campo”.
Os tipos de cogumelos da Fábrica de Pólvora de Vale de Milhaços
Mata-moscas — vermelho com pintas brancas/muito tóxico/cresce no outono
Pantera — castanho com algumas pintas brancas/muito tóxico/cresce no outono
Gasalho — creme e coberto de escamas/comestível/cresce no outono
Galinha dos Bosques — amarelo enxofre/comestível/cresce no outono
Vizzini — cinzento com gelatina viscosa/pouco tóxico/cresce no outono
Laughing jack — laranja com escamas escuras/alucinogénio/cresce no outono
Bufa de lobo — castanho escuro/tóxico/cresce no outono
Torulosa — laranja com tubos claros/pouco tóxico/cresce no outono
Bellini — castanho viscoso com pequenos tubos/comestível/cresce no outono
Pinatello — laranja salmão com manchas verdes/comestível/cresce no outono
Fradinho — branco com várias escamas/pouco tóxico/cresce no outono e primavera
Magpie — preto com escamas brancas/tóxico/cresce no outono e primavera
Red Cage — branco e esponjoso/pouco tóxico/cresce no outono
Conopilus — castanho escuro com estrias verticais/tóxico/cresce no outono
Turkey tail — rosa com lâminas e escamas abundantes/pouco tóxico/cresce todo o ano
Trametes — cresce em árvores com diferentes cores/pouco tóxico/cresce todo o ano
Estrela da terra — castanho escuro em forma de estrela/pouco tóxico/cresce todo o ano
Barometer — laranja forte com margens onduladas/comestível/cresce no outono
Boleto badio — castanho com tubos amarelos/comestível/cresce no outono
Plums — amarelos e vermelhos com margens onduladas/pouco tóxico/cresce no outono
Amanita — branco com vários flocos brancos/pouco tóxico/cresce no outono
Em seguida carregue na galeria para conhecer outras receitas fáceis de preparar à base de cogumelos.