comida

A mãe e filha que abriram um paraíso dos doces alentejanos no Seixal

Desde os 11 anos que Estrela prepara bolos típicos da região. Com a loja em Corroios, pretende que esta tradição não morra.
Estrela e Joana Rodrigues são as responsáveis pela loja.

Desde pequena que Estrela Rodrigues nutre um carinho especial pelos doces conventuais alentejanos, não fosse ela de Alcácer do Sal. Este gosto passou para Joana, a filha de 33 anos. A 4 de fevereiro, mãe e filha abriram uma nova loja de doçaria no Seixal, onde apenas vendem produtos típicos daquela região, criados pela própria Estrela. Chama-se Doçaria Conventual Alentejana.

“Já fazia esta doçaria em casa há três anos”, começa por contar a mãe à New in Seixal. Trabalhou como auxiliar de ação médica, o que acabou por lhe trazer alguns problemas na coluna visto que trabalhava com doentes dependentes que precisavam de grande ajuda física. “Fiquei de baixa e, como que por brincadeira, comecei a fazer estes bolos”, acrescenta. Durante a pandemia, com todos fechados em casa, começou a ganhar clientes e levava-lhes os doces a casa.

Joana ainda está a aprender as técnicas — Estrela não quer que aquela herança típica do Alentejo se perca. “Há um tempo toda a gente fazia doces mas, atualmente, estamos a perder a nossa cultura. Alcácer do Sal é uma terra de muita tradição. Saber fazer doçaria conventual era como um ponto de honra, uma vaidade”, explica. Foi aos 11 anos que começou a aprender os segredos, com a ajuda das avós e da tia, que lhe diziam que “moça como deve ser no Alentejo, tem de saber fazer doçaria”.

Atualmente vive em Almada, mas abriu a loja em Santa Marta do Pinhal, em Corroios. Procuraram muito, mas aquele espaço surgiu por mero acaso. “Estávamos a passear e vimos que aquele local estava para alugar, então lá ficámos”, recorda. São vários os bolos emblemáticos do Alentejo que vai encontrar por ali.

Estrela prefere aqueles mais tradicionais da sua zona e não há nada mais típico do que o pão de rala (desde 22€). “Pelo que andei a estudar, é uma das receitas mais antigas da minha região”, explica. É simultaneamente aquele que dá mais trabalho e prazer. “Faço tudo à moda antiga e de forma artesanal. Não utilizo corantes, conservantes ou aditivos”, aponta.

A confeção do pão de rala é um processo lento. É feita uma massa com calda de açúcar e amêndoa que fica a descansar de um dia para o outro. Depois, faz o doce de ovo. “A massa é trabalhada e faço um molde de pão. Depois, é recheada com doce e fios de ovos. Também leva doce de abóbora chila. Tem uma textura crocante e por dentro é suave. Mistura-se muito bem na boca e tem um travo a raspa de limão”, descreve.

No menu tem outros doces. Além do pão de rala, os best sellers são o Fidalgo (desde 23€), a sericaia (26€) e o rançoso (24€). A par destes encontra outras propostas como o conde de Alcáçovas (35€), bolo de mel e noz (26€), tecolameco (24€), bolo cigano (28€), bolo real (25€), bolo podre (20€), tarte de requeijão (21€), de amêndoa (19€) ou de noz (19€), D. Rodrigo (2,30€), entre outros.

Também pode fazer encomendas, visto que foi assim que a marca começou. “Foi quando criámos a página do Facebook, durante a pandemia, que isto foi impulsionado. Tenho clientes regulares há três anos. Vamos até à Quinta do Conde e fornecemos alguns restaurantes”, realça. Para 2023, o principal objetivo da mãe e filha é fazer crescer o negócio, “divulgar esta doçaria muito rica e tradicional que se está a perder”. 

Carregue na galeria para conhecer melhor a nova loja de Corroios — e alguns dos doces que lá se vendem.

ver galeria

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Alameda de Santa Marta do Pinhal 4C
    2855-597 Corroios
  • HORÁRIO
  • De segunda a sexta-feira das 8h às 19h
  • Sábado das 9h às 19h
  • Domingo das 10h às 19h
PREÇO MÉDIO
Entre 20€ e 30€
TIPO DE COMIDA
Pastelaria

MAIS HISTÓRIAS DO SEIXAL

AGENDA